A Arte da Parceria: Elevando o Padrão dos Recursos nos Tribunais
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A advocacia moderna exige um nível de especialização que torna praticamente impossível atuar com excelência em todas as frentes de um processo complexo. Você sabe muito bem que a dinâmica de uma audiência de instrução na primeira instância é completamente diferente da técnica cirúrgica necessária para fazer um Recurso Especial ser admitido em Brasília. O mercado jurídico amadureceu e percebeu que tentar abraçar o mundo com as pernas resulta em improcedência e perda de clientes. É aqui que entra a figura estratégica do especialista em recursos como um parceiro de negócios e não apenas um colega de profissão., ao escolher um Curso Advocacia Estratégica nos Tribunais de 2º Grau e Superiores

Lucrar sendo o especialista em recursos para outros escritórios é uma das vertentes mais rentáveis e intelectualmente gratificantes do direito atual. Você deixa de vender apenas o seu tempo e passa a vender um ativo muito mais valioso que é a sua competência técnica específica e a sua experiência com a jurisprudência defensiva dos tribunais. O advogado parceiro que lhe contrata busca segurança. Ele quer dormir tranquilo sabendo que o processo do cliente dele está nas mãos de alguém que entende as minúcias das Súmulas e os regimentos internos.

Essa relação simbiótica permite que escritórios de todos os tamanhos ofereçam um serviço de boutique sem precisar inchar a folha de pagamento com advogados seniores em todas as áreas. Ao se posicionar como esse especialista, você se torna o “advogado do advogado”. A responsabilidade é grande, mas a remuneração e o reconhecimento profissional acompanham essa curva de exigência. Vamos analisar como transformar esse conhecimento técnico em uma máquina de parcerias sólidas e lucrativas.

A Engenharia da Advocacia Recursal e a Demanda Reprimida

O abismo técnico entre a primeira instância e os Tribunais Superiores

Existe uma diferença brutal entre convencer um juiz togado que ouviu as testemunhas e convencer um Ministro que analisará apenas a matéria de direito. Muitos colegas excelentes na tribuna do júri ou nas audiências trabalhistas travam quando se deparam com a necessidade de prequestionamento ficto ou numérico. A barreira de admissibilidade dos Recursos Especial e Extraordinário é um filtro severo que barra a maioria das petições que não foram desenhadas especificamente para aquele fim. Você, como especialista, navega por essas águas turbulentas com a tranquilidade de quem conhece o mapa.

O advogado generalista muitas vezes trata o recurso como uma mera extensão da contestação ou da inicial e acaba apenas repetindo argumentos fáticos. Sabemos que a Súmula 7 do STJ é implacável com quem tenta rediscutir fatos e provas em sede recursal. O seu papel nessa parceria é identificar exatamente onde a decisão recorrida feriu a legislação federal ou a Constituição e atacar esse ponto com precisão cirúrgica. É um trabalho de ourivesaria jurídica que exige estudo constante e atualização diária sobre os informativos dos tribunais.

Essa competência técnica específica é o produto que você vende ao escritório parceiro. Ele não está comprando apenas uma petição. Ele está comprando a chance real de reverter uma decisão desfavorável ou de manter uma vitória importante. Quando você domina a técnica dos embargos de declaração com efeitos infringentes ou sabe manejar um agravo interno com maestria, você entrega um valor que o generalista dificilmente conseguiria entregar sozinho.

A sobrecarga do advogado generalista e o risco do erro

A rotina de um escritório generalista ou full service é insana e envolve atendimento ao cliente, audiências, prazos administrativos e gestão de equipe. Nesse cenário caótico, o prazo fatal de um recurso complexo muitas vezes é tratado na véspera ou no dia do vencimento. Isso é uma receita para o desastre. O advogado que está preocupado com o aluguel do escritório e com o cliente chorando na recepção dificilmente terá a cabeça fria necessária para estudar a divergência jurisprudencial que salvaria o caso.

O risco do erro técnico em recursos é fatal porque muitas vezes não há chance de correção posterior. A preclusão é um monstro que assombra todo processualista. Ao oferecer seus serviços como parceiro especialista, você retira esse peso das costas do colega. Você oferece a ele o ativo mais precioso que existe que é o tempo. Ele pode focar em trazer novos clientes e cuidar da base, enquanto você cuida da estratégia de alta complexidade.

Essa demanda reprimida é gigantesca em comarcas do interior e até mesmo em grandes capitais. Muitos escritórios recusam casos em fase recursal ou terceirizam para correspondentes baratos que fazem um trabalho de “copia e cola”. Ao se posicionar como um especialista de elite, você preenche essa lacuna com qualidade. Você não é um custo para o escritório parceiro e sim um investimento que aumenta a probabilidade de êxito e, consequentemente, os honorários finais.

A parceria como solução de inteligência jurídica e não apenas logística

É fundamental distinguir a sua atuação da figura do correspondente jurídico tradicional. O correspondente geralmente é contratado para realizar atos meramente burocráticos como tirar cópias, despachar uma liminar simples ou fazer uma audiência de conciliação. A parceria estratégica em recursos envolve inteligência jurídica. Você entra no caso para pensar a estratégia, definir teses e muitas vezes reorientar todo o caminho processual dali para frente.

Você deve deixar claro desde o primeiro contato que a sua entrega é intelectual. Você vai analisar os autos integralmente para encontrar nulidades que passaram despercebidas ou teses de direito intertemporal que podem mudar o jogo. O parceiro precisa ver em você um consultor de alto nível. Alguém que agrega valor à marca dele perante o cliente final.

Essa distinção é vital para a precificação. Enquanto o correspondente ganha por ato e briga por valores irrisórios, o parceiro estratégico ganha uma fatia robusta do êxito ou um valor fixo condizente com a complexidade da causa. Posicione-se como um sênior. A sua bagagem de leitura, seus cursos de pós-graduação e suas horas de estudo dos precedentes formam o lastro dessa parceria.

Estruturando a Remuneração e a Lucratividade

A precificação do conhecimento específico versus horas trabalhadas

Esqueça a lógica de cobrar por hora técnica quando falamos de parcerias de alto risco e alta complexidade. O valor do seu trabalho não está em quanto tempo você demorou para escrever a peça, mas sim nos anos que você levou para saber exatamente o que escrever. Um recurso que derruba uma multa milionária pode ser redigido em dez horas, mas o valor agregado ali é imensurável para o cliente. Sua precificação deve refletir o resultado potencial e a complexidade da matéria.

Ao negociar com o escritório parceiro, estabeleça valores que contemplem a responsabilidade que você está assumindo. Se o recurso não for admitido por um erro técnico seu, a responsabilidade civil pode bater à sua porta. Por isso, o valor fixo inicial (pro labore) serve para cobrir seus custos e seu estudo prévio. Nunca trabalhe apenas no êxito em recursos complexos, pois o risco do judiciário brasileiro é alto demais para ser suportado apenas por você.

Uma abordagem inteligente é criar faixas de complexidade. Recursos que envolvem apenas matéria de direito consolidada têm um preço. Recursos que exigem a criação de uma nova tese jurídica ou a superação de uma jurisprudência defensiva (o famoso overruling ou distinguishing) têm outro valor. Eduque seu parceiro sobre essas diferenças. Mostre a ele que cada caso é um projeto único de engenharia jurídica.

Modelos de divisão de honorários e respeito à tabela da OAB

A transparência na divisão dos honorários é o pilar que sustenta qualquer parceria duradoura. O modelo mais comum e justo é o da co-participação no contrato de honorários. Geralmente, define-se uma porcentagem sobre o êxito final que será destinada ao especialista em recursos. Essa porcentagem pode variar de 20% a 50% do valor dos honorários, dependendo de quem trouxe o cliente e de quem está suportando os custos do processo.

É imperativo respeitar os limites éticos impostos pelo Código de Ética da OAB. A captação de causas é vedada, mas a parceria entre advogados para melhor atender o cliente é incentivada. O contrato de parceria deve ser escrito e detalhado. Evite acordos de boca. Deixe claro se a sucumbência será dividida e em qual proporção. A sucumbência, muitas vezes, é a verba mais significativa em grandes causas empresariais ou contra a Fazenda Pública.

Outro ponto crucial é o repasse. O dinheiro do cliente geralmente entra na conta do escritório que tem o contato direto. Estabeleça prazos rigorosos para o repasse da sua parte. A confiança financeira é frágil. Um atraso injustificado pode ruir uma relação profissional de anos. Trate isso com o rigor de um contador e a formalidade de um contrato bancário.

Redução de custos fixos operacionais para ambas as partes

A beleza da parceria estratégica é a eficiência econômica. O escritório de origem não precisa manter um departamento recursal caro, com assinaturas de revistas jurídicas especializadas e softwares de jurimetria. Você, por sua vez, não precisa manter uma estrutura comercial robusta para captar o cliente final “na rua”. O seu custo de aquisição de cliente (CAC) cai drasticamente, pois seu cliente é o próprio colega advogado.

Isso permite que você tenha uma estrutura física enxuta. Você pode trabalhar em home office ou em um escritório compacto, focando seus investimentos em tecnologia e acervo bibliográfico. A lucratividade aumenta porque as despesas fixas são diluídas. Você consegue atender cinco ou seis escritórios diferentes com a mesma estrutura que usaria para atender um único cliente direto.

Essa otimização de recursos é um argumento de venda poderoso. Mostre ao escritório parceiro que contratar você sai mais barato do que contratar um advogado júnior CLT, com a vantagem de que você entrega a qualidade de um sócio sênior. É uma conta simples de fechar. Eficiência e qualidade técnica andando de mãos dadas para maximizar o lucro de todos os envolvidos.

O Marketing Jurídico B2B para o Especialista em Recursos

A construção de autoridade técnica perante a classe

Seu público-alvo não é o empresário que precisa de um contrato ou o trabalhador que foi demitido. Seu público-alvo são outros advogados. A linguagem do seu marketing deve mudar. Você não precisa simplificar o “juridiquês”. Pelo contrário, você deve demonstrar domínio da técnica jurídica. Seus artigos e manifestações devem ser profundos, citando doutrina de peso e precedentes recentes.

Escreva sobre as nuances processuais que atormentam a vida do advogado comum. Analise criticamente aquele julgamento recente do STF que mudou o entendimento sobre determinado tema tributário ou cível. Quando o advogado lê seu texto e pensa “eu não sabia disso” ou “isso resolve meu problema”, você acabou de criar autoridade. Ele vai lembrar de você quando o próximo Recurso Especial cair na mesa dele.

A autoridade também se constrói na postura. Seja um solucionador de problemas. Quando um colega vier tirar uma dúvida “rápida”, seja generoso. Mostre que você domina o tema. Essa generosidade técnica é o melhor cartão de visitas. Claro que há um limite entre tirar uma dúvida e dar uma consultoria gratuita, mas o primeiro contato deve ser sempre de acolhimento e demonstração de saber.

O networking qualificado fora das redes sociais convencionais

O Instagram e o LinkedIn são importantes, mas o verdadeiro negócio B2B na advocacia acontece nos corredores dos fóruns, nas comissões da OAB e nos eventos da ESA (Escola Superior de Advocacia). Frequentar esses ambientes é vital. Participe das comissões temáticas. Ofereça-se para dar palestras sobre temas processuais áridos que ninguém quer enfrentar.

Seja visto como o “professor”. O ambiente acadêmico é um celeiro fértil para parcerias. Professores de direito são naturalmente vistos como autoridades. Se você não leciona formalmente, organize grupos de estudos ou webinars técnicos para advogados. O objetivo é estar sempre em evidência para quem tem a caneta na mão para te contratar.

O networking qualificado exige constância. Não adianta aparecer em um evento e sumir por seis meses. Cultive relacionamentos. Almoce com colegas de outras áreas. O advogado criminalista precisa de um parceiro no cível. O trabalhista precisa de alguém no previdenciário. E todos precisam de alguém bom em recursos nos tribunais superiores. Identifique essas lacunas e se apresente como a peça que falta no quebra-cabeça deles.

A produção de conteúdo acadêmico como ferramenta de venda

Publicar em revistas jurídicas especializadas ou em sites de grande circulação no meio jurídico (como ConJur, Migalhas, Jusbrasil) vale ouro. Um artigo bem fundamentado sobre a admissibilidade de recursos repetitivos pode te render contratos por anos. Esse tipo de conteúdo é “perene”. Advogados pesquisam esses temas no Google diariamente quando estão em apuros.

Diferente do post de rede social que desaparece em 24 horas, o conteúdo técnico indexado gera leads qualificados a longo prazo. Invista tempo em escrever com profundidade. Analise as tendências dos tribunais. Critique decisões mal fundamentadas. O advogado que está pesquisando sobre o tema vai encontrar seu artigo, perceber que você sabe mais do que ele sobre aquilo e entrar em contato.

Transforme casos reais (preservando o sigilo) em estudos de caso. Mostre como uma tese específica reverteu um julgamento. O advogado é pragmático. Ele quer ver resultados. Quando você demonstra através de conteúdo acadêmico que a sua técnica traz resultados práticos, a venda da parceria está praticamente fechada.

Blindagem Contratual e Ética na Parceria

A delimitação de responsabilidades e o controle de prazos

Uma parceria mal amarrada pode destruir sua reputação. O contrato deve especificar exatamente onde começa e onde termina o seu trabalho. Você é responsável por protocolar ou apenas por redigir? Quem paga as custas recursais? Quem acompanha o trânsito em julgado? Essas perguntas devem ser respondidas no papel antes de qualquer trabalho começar.

O controle de prazos é sagrado. Se a responsabilidade pelo protocolo for sua, o sistema de controle deve ser redundante. Se for do escritório parceiro, você deve entregar a peça com antecedência segura para que eles possam revisar e protocolar sem desespero. Estabeleça um SLA (Acordo de Nível de Serviço) interno. Por exemplo: entrega da minuta até 48 horas antes do prazo fatal.

Defina também quem tem a palavra final sobre a estratégia. Em tese, como especialista, a direção técnica deve ser sua. Mas o cliente é do parceiro. Às vezes, conflitos de estratégia acontecem. O contrato deve prever um mecanismo de resolução desses impasses para que o processo não fique paralisado e o cliente não seja prejudicado.

O sigilo e a proteção da carteira do cliente parceiro

O maior medo do escritório que contrata um parceiro é perder o cliente para ele. Você deve ser radicalmente ético quanto a isso. O cliente é do escritório parceiro. Você jamais deve prospectar esse cliente para outras demandas ou tentar “atravessar” a relação. Essa lealdade é o seu maior ativo de reputação. Se correr o boato de que você rouba clientes, suas portas se fecharão imediatamente.

Inclua cláusulas de non-compete e confidencialidade no seu contrato de parceria. Deixe expresso que você não atenderá aquele cliente diretamente por um determinado período após o fim da parceria. Isso dá segurança ao colega para abrir a carteira de processos dele para você.

A discrição também é fundamental. Não saia comentando detalhes dos casos dos parceiros por aí. O segredo profissional abrange não só a relação advogado-cliente, mas também a relação advogado-advogado. Trate os dados e as estratégias do escritório parceiro com o mesmo zelo que traria os seus próprios segredos industriais.

A gestão da expectativa do cliente final e o papel de cada advogado

Muitas vezes você precisará despachar com o cliente final ou explicar a estratégia para ele. Nessas horas, atue como uma extensão do escritório parceiro. Reforce a autoridade do advogado que te contratou. Diga ao cliente: “O Dr. Fulano me chamou porque ele quer o melhor para o seu caso e nós estamos trabalhando juntos nessa estratégia”. Isso valoriza o colega e justifica a sua presença.

Evite o “juridiquês” excessivo com o cliente final, mas mantenha a postura de especialista. O cliente precisa sentir que valeu a pena pagar a mais ou trazer mais um advogado para o time. Alinhe o discurso com o parceiro antes da reunião. Nada é pior do que dois advogados batendo cabeça na frente do cliente.

Seja honesto sobre os riscos. Como especialista, você sabe que não existe causa ganha, especialmente em Brasília. Não prometa resultados impossíveis para agradar o parceiro ou o cliente. A sua credibilidade depende da sua franqueza técnica. É melhor perder a contratação por ser realista do que perder o sono depois por ter prometido um milagre que a jurisprudência não comporta.


Comparativo de Modelos de Atuação

Aqui visualizamos claramente onde o seu serviço se encaixa e por que ele é superior para casos complexos.

CaracterísticaEquipe Interna GeneralistaCorrespondente ComumParceiro Especialista (Você)
Foco PrincipalVolume e gestão de carteiraAtos burocráticos e cópiasEstratégia e Técnica Jurídica
Custo FixoAlto (Salários, encargos, espaço)Baixo (Pagamento por ato)Variável (Honorários/Êxito)
EspecializaçãoGeneralista / MultidisciplinarBaixa / OperacionalAlta / Nichada em Tribunais
Risco TécnicoMédio/Alto em recursos complexosAltíssimo (falta de análise)Mitigado pela expertise
LucratividadeMargem reduzida por custosBaixo valor agregadoAlta margem e escalabilidade

Atuar como parceiro especialista em recursos é uma via de mão dupla onde a técnica refinada encontra a oportunidade de negócio. É uma advocacia para quem gosta de estudar, escrever e vencer batalhas intelectuais, sem o peso administrativo de um grande escritório de massa. Posicione-se corretamente, entregue excelência e veja sua advocacia atingir um novo patamar de respeito e rentabilidade.

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