Se você advoga há algum tempo, já sentiu aquele gosto amargo na boca ao ver um Recurso Especial inadmitido na origem com um despacho genérico de duas laudas. É a famosa “jurisprudência defensiva” operando a todo vapor. A sensação é de que existe um muro invisível em Brasília, cercado por fossos de súmulas impeditivas, separando o seu direito do julgamento de mérito. E, sejamos francos entre colegas: a faculdade não nos preparou para escalar esse muro. Ela nos ensinou a processar o fato, mas o STJ e o STF querem discutir teses.

Essa virada de chave mental é o que separa o advogado que apenas protocola recursos daquele que efetivamente constrói jurisprudência. Ao analisar o mercado em busca de uma solução para esse gap técnico, deparei-me com o curso “Advocacia Estratégica nos Tribunais de 2º Grau e Superiores”, ministrado pela professora Gisele Welsch. Não estamos falando de mais um cursinho preparatório para a OAB, mas sim de uma ferramenta de lapidação profissional.

A proposta aqui não é apenas te ensinar a redigir uma peça, mas sim te fornecer as coordenadas de navegação para um mar revolto. É sobre entender o que o Ministro quer ler, não o que você quer escrever. Nas próximas linhas, farei uma “inspeção judicial” completa sobre este treinamento, dissecando cada módulo e avaliando se o investimento de tempo e dinheiro traz o retorno esperado para a sua banca.

O Veredito Inicial: Por Que Ignorar os Tribunais Superiores é “Litigância de Má-Fé” com Sua Carreira

Muitos colegas acreditam que a advocacia nos Tribunais Superiores é reservada apenas para as grandes bancas de Brasília, aquelas com sobrenomes famosos na porta. Esse é um erro estratégico brutal. Com o processo eletrônico e o plenário virtual, a geografia deixou de ser uma barreira intransponível. Hoje, um advogado no interior do Rio Grande do Sul ou no sertão de Pernambuco pode despachar com um Ministro ou realizar uma sustentação oral com a mesma eficácia de um escritório situado no Lago Sul. O problema não é o acesso físico, mas sim o acesso técnico e o domínio da linguagem das Cortes de Vértice.

A advocacia de base foca na instrução probatória, na oitiva de testemunhas, na materialidade do fato. Já a advocacia de cúpula exige uma abstração intelectual diferente. Você precisa sair do “o réu bateu no carro” para “a interpretação do artigo X do Código Civil precisa ser uniformizada”. Se você continua redigindo seus Recursos Especiais como se fossem Apelações, recontando a história triste do seu cliente, você já perdeu antes mesmo de protocolar. O curso da Gisele Welsch parece atacar justamente essa deficiência: a falta de técnica para transformar um caso concreto em uma tese jurídica abstrata e de repercussão geral.

Além disso, há um componente financeiro inegável. Advogados que dominam a técnica recursal nos tribunais superiores cobram honorários diferenciados. Não se trata apenas de cobrar pelo recurso, mas de cobrar pela expertise de manter o processo vivo quando 90% dos casos morrem na admissibilidade. Dominar a Súmula 7, o prequestionamento ficto e a repercussão geral não é apenas “perfumaria acadêmica”, é a diferença entre cobrar R

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 50.000,00 em um contrato de honorários de êxito ou pro labore recursal. Ignorar essa etapa é deixar dinheiro na mesa e limitar o crescimento do seu escritório.

O “Iter Processual” do Curso: Dissecando a Grade Curricular

Quando olhamos para a estrutura programática do curso, percebemos uma lógica de construção do conhecimento que foge do tradicional “artigo por artigo”. O Módulo 1 (Premissas para a atuação nos tribunais superiores) e o Módulo 2 (O que o advogado deve saber e fazer para uma atuação eficaz) funcionam como um nivelamento necessário. Aqui, a professora desconstrói vícios. É o momento de esquecer a “petição inicial perfeita” e começar a pensar na “tese recursal perfeita”. A atuação eficaz envolve entender a política judiciária, o perfil dos ministros e o timing processual, algo que raramente se aprende em manuais teóricos.

Os Módulos 3 e 4 são o coração pulsante do treinamento: “Precedentes Judiciais nos Tribunais Superiores” e “Recurso Especial e Recurso Extraordinário: da elaboração ao provimento”. É aqui que a mágica acontece. O sistema brasileiro virou um sistema de precedentes (sem ser Common Law puro), e advogar sem dominar a técnica de distinguishing (distinção) e overruling (superação) é como operar um paciente com uma faca de cozinha. A professora Welsch, com sua formação acadêmica robusta, traz a teoria para a prática, ensinando como usar um precedente a seu favor ou como afastar um precedente desfavorável demonstrando que o seu caso é diferente. Isso é ouro em pó na advocacia moderna.

Por fim, os Módulos 5 e 6 trazem a vanguarda: “Outros instrumentos processuais” e “I.A. nos Tribunais Superiores”.[1][2][3][4][5][6][7] A inclusão de Inteligência Artificial na ementa mostra que o curso não está preso ao passado. O STJ e o STF já usam robôs (como o Victor e o Athos) para triagem de recursos. Se o Tribunal usa IA para te barrar, você precisa usar IA para furar o bloqueio. Entender como essas ferramentas funcionam e como usá-las para pesquisa de jurisprudência e estruturação de peças é um diferencial competitivo que, em breve, será requisito básico de sobrevivência.

A Prova dos Autos: Quem é a “Relatora” Gisele Welsch?

No Direito, o argumento de autoridade ainda tem seu peso, e saber quem está ensinando é fundamental para validar o conteúdo. Gisele Welsch não é uma “aventureira de palco” que leu dois livros e resolveu gravar vídeos. Sua biografia denota uma profundidade técnica invejável: Doutora em Direito, com estágio pós-doutoral na Alemanha (o berço de grande parte da nossa dogmática processual), professora do IDP em Brasília e autora de obras de referência sobre precedentes judiciais.

Essa bagagem teórica, contudo, vem temperada com a prática da advocacia. É muito comum vermos acadêmicos brilhantes que nunca despacharam com um juiz, ou advogados “de trincheira” que desconhecem a teoria por trás dos institutos. Gisele parece transitar bem entre esses dois mundos. Ela fala a língua da academia — necessária para dialogar com os Ministros, que em sua maioria são acadêmicos — mas traduz isso para a realidade do advogado que tem prazo fatal vencendo às 23:59. Essa dualidade é o que gera confiança no método.

Além da titulação, o fato de ser autora de livros específicos sobre o tema “Precedentes Judiciais e Unidade do Direito” demonstra que ela estuda o assunto a fundo há anos. Não é um conhecimento superficial de “dicas de cursinho”. Quando ela explica como superar a Súmula 7 do STJ, ela não está dando um “jeitinho”, ela está ensinando a técnica hermenêutica correta para demonstrar que a questão é de valoração da prova (jurídica), e não de reexame da prova (fática). Essa sutileza só quem tem estofo teórico consegue transmitir com clareza.

Admissibilidade Recursal: O Que Realmente Funciona na Metodologia

Um dos grandes méritos da metodologia aplicada neste curso é o foco na “admissibilidade”. Vamos ser realistas: a maioria dos recursos morre na porta de entrada. A Presidência dos Tribunais de origem exerce um filtro severíssimo, muitas vezes injusto, aplicando súmulas de forma padronizada para limpar o acervo. O curso ensina a redigir o recurso já pensando nessa barreira. É o que chamamos de “blindagem da peça recursal”. Você aprende a escrever não apenas para o Ministro Relator lá em Brasília, mas para o assessor do Vice-Presidente do TJ que vai fazer a primeira análise de admissibilidade.

O trabalho com os precedentes qualificados é outro ponto alto.[3] Hoje, não basta citar uma ementa solta de 1998. Você precisa trabalhar com Temas Repetitivos, com Repercussão Geral. O curso ensina a mapear esses temas e a enquadrar o caso do seu cliente dentro (ou fora) desses paradigmas. A metodologia de ensino, que inclui materiais complementares e modelos, facilita essa visualização. Não se trata de copiar e colar modelos, mas de entender a estrutura argumentativa que faz um modelo funcionar.

A abordagem sobre Inteligência Artificial também merece destaque prático. Enquanto muitos advogados têm medo de serem substituídos pelo ChatGPT, o curso propõe usar a tecnologia como uma “estagiária de luxo”. Aprender a formular prompts para encontrar divergências jurisprudenciais ou para resumir acórdãos complexos economiza horas de trabalho braçal. Isso libera o advogado para fazer o que a máquina não faz: pensar a estratégia, sentir o feeling do caso e construir a narrativa persuasiva que vai convencer o julgador humano no final da linha.

O “Prequestionamento” da Carreira: Habilidades Não Escritas Necessárias para o Êxito

Para além da técnica processual estrita, advogar nos Tribunais Superiores exige um conjunto de soft skills que o curso, direta ou indiretamente, acaba abordando e que são vitais para o seu sucesso. A primeira delas é a resiliência estratégica. Receber um “não” em um Recurso Especial é a regra. O segredo está em como você maneja o Agravo em Recurso Especial (AREsp) ou os Embargos de Declaração para fins de prequestionamento ainda na origem. O curso te dá a segurança técnica para não se desesperar com a negativa e saber exatamente qual o próximo passo no xadrez processual.

Outro ponto crucial é a elaboração de Memoriais e a Sustentação Oral.[2] Embora o processo seja escrito, a decisão muitas vezes é construída na oralidade, no “tête-à-tête” com o julgador. Saber sintetizar um processo de 5.000 páginas em um memorial de 3 páginas (Visual Law ajuda aqui, e o curso toca em ferramentas modernas) e entregar isso de forma eficiente é uma arte. A atuação nos Tribunais de 2º Grau e Superiores não é para tímidos ou para prolixos.[8] A concisão é a rainha, e a clareza é o rei. O curso treina esse olhar cirúrgico: o que é gordura e o que é músculo na sua argumentação?

Por fim, há a gestão da expectativa do cliente. Um processo no STJ pode demorar anos. O advogado que atua nessa esfera precisa saber “vender” essa atuação de longo prazo, mostrando valor para o cliente mesmo quando o processo parece parado. O conhecimento técnico adquirido no curso permite que você envie relatórios mais sofisticados, explicando as movimentações e as estratégias adotadas, o que justifica seus honorários e mantém a confiança do cliente. Você deixa de ser um “despachante de luxo” e passa a ser visto como um estrategista jurídico indispensável.

Análise Econômica do Processo: O Retorno sobre o Investimento (ROI) deste Treinamento

Vamos falar de negócios. Um curso é um investimento, e como tal, precisa se pagar. Quanto custa perder um recurso por deserção porque você errou o preenchimento da guia ou o código da receita? Quanto custa ter um recurso não conhecido por falta de prequestionamento de um artigo federal? O prejuízo pode ser a causa inteira, o patrimônio do seu cliente e a sua reputação. Se o curso te salvar de um único erro fatal de admissibilidade, ele já se pagou múltiplas vezes.

Além da prevenção de prejuízos, existe o potencial de alavancagem de receita. Ao se posicionar como especialista em Tribunais Superiores, você pode começar a fazer parcerias com outros advogados.[3] Muitos colegas generalistas ou que atuam apenas na primeira instância têm pavor de fazer um REsp ou um RE. Eles preferem subcontratar alguém que saiba o que está fazendo. Com a certificação e o conhecimento deste curso, você pode se tornar esse parceiro estratégico na sua região, dividindo honorários em causas que você sequer precisou instruir desde o início. É uma nova linha de receita para o seu escritório.

A economia de tempo é outro fator financeiro. Tentar aprender “na raça” como fazer um Recurso Extraordinário, lendo blogs aleatórios e jurisprudência confusa, consome dezenas de horas. O curso compila, sistematiza e entrega o caminho das pedras. O tempo que você economiza na pesquisa e na estruturação das primeiras peças já compensa o valor da inscrição. Tempo, na advocacia, é a mercadoria mais cara que temos. Comprar o conhecimento organizado pela Gisele Welsch é, em última análise, comprar tempo de vida e qualidade de trabalho.

Jurisprudência Comparada: Análise Frente aos Concorrentes

Para que você possa tomar uma decisão informada, preparei um quadro comparativo (analogia ao direito comparado) colocando o curso da Gisele Welsch frente a outras opções comuns no mercado jurídico.

CaracterísticaAdvocacia Estratégica (Gisele Welsch)Pós-Graduação Tradicional (CERS/Legale/EBRADI)Mentoria Prática (Influenciadores Digitais)
Foco PrincipalEstratégia Prática + Alta Densidade Teórica (Precedentes)Título Acadêmico + Abrangência (Todo o Processo Civil)“Hacks” processuais e Marketing Jurídico
AutoridadeDoutora, Pós-Doc na Alemanha, Professora do IDPCorpo docente variado (alguns excelentes, outros nem tanto)Geralmente advogados práticos, sem tanta base acadêmica
Tempo de CursoCurto e Direto (~10h + material)Longo Duração (360h / 6 a 18 meses)Variável, geralmente focado em lives
Conteúdo de IAMódulo Específico sobre IA nos TribunaisRaramente abordado com profundidade práticaÀs vezes abordado como “ferramenta de copy”
Custo-BenefícioAlto retorno rápido para aplicação imediataInvestimento alto, retorno de longo prazoMédio, foco em nichos muito específicos
Ideal paraAdvogado que já atua e precisa de resultado técnico agoraQuem busca título para currículo ou concursosQuem está começando do zero absoluto

Observe que a proposta da Gisele Welsch se posiciona em um “meio-termo dourado”: ela tem a profundidade de uma pós-graduação (devido à qualificação dela), mas a agilidade e o foco prático de um curso livre. É para quem não tem 18 meses para esperar para aprender a fazer um Recurso Especial decente.

Dispositivo Final: Conclusão e Recomendação

Chegamos ao fim desta análise e, como em qualquer bom julgamento, precisamos de um dispositivo claro. O curso “Advocacia Estratégica nos Tribunais de 2º Grau e Superiores” é, sem dúvida, uma aquisição de alto valor agregado para o advogado litigante. Ele resolve uma dor latente da advocacia brasileira: a dificuldade de transpor a barreira de admissibilidade das Cortes Superiores e a falta de técnica para lidar com o sistema de precedentes.

A combinação de uma professora com autoridade acadêmica inquestionável, uma grade curricular que mistura fundamentos sólidos com inovação tecnológica (IA) e o foco em resultados práticos torna este produto diferenciado. Não é um curso para quem quer apenas um certificado na parede; é um curso para quem quer ver o nome publicado no Diário da Justiça com a decisão “DOU PROVIMENTO AO RECURSO”.

Se você está cansado de ver seus recursos serem barrados por despachos padronizados e quer elevar o nível da sua advocacia para jogar na “Champions League” do Direito, minha recomendação é pelo deferimento do pedido de matrícula. O investimento na sua qualificação técnica é o único que ninguém pode tirar de você, e neste caso, as chances de êxito na sua prática profissional aumentam exponencialmente. Acesso à justiça, afinal, também depende da qualidade do advogado que bate à porta do Tribunal. Esteja preparado para quando essa porta abrir.

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